Dar um Santuário
O debate sobre os refugiados que são objeto de tráfico ilegal, sobre se merecem ou têm direito a quaisquer recursos, é um debate que domina as discussões e pode levar a comentários suspeitos e censuradores que exploram as divisões entre as pessoas e promovem o medo e o ódio. É aqui que o populismo e o extremismo prosperam.
A história do Bom Samaritano nos deixa com perguntas sobre quem somos, onde nos colocamos na história, e também com uma sensação desconfortável de que poderíamos ser qualquer um ou todos os personagens da história. Somos pessoas que encontram desculpas fáceis e, por vezes, religiosas para não fazerem o que nos é pedido. Somos pessoas que são deixadas desamparadas na beirta da estrada por um mundo violento e sem sentido. Somos pessoas que, como o desprezado samaritano, podem oferecer a um estranho um serviço de compaixão, amizade e hospitalidade.
Somos convidados a ser estranhos que surpreendem uns aos outros com boas-vindas! Isto implica que receberemos hospitalidade inesperada de estranhos surpreendentes, que são os nossos vizinhos.
Dar um santuário era um serviço que marcava a Igreja. Precisa de ser reavivado. Ninguém deve se sentir excluído da nossa Igreja. Dar santuário é um testemunho fiel da mensagem e da missão da Igreja. Dar santuário é a forma sinodal de ser fiel, esperançoso e amoroso. Isto significa nos tornarmos vulneráveis a outros que não compreendemos e de quem provavelmente não gostamos e que podemos até considerar escandalosos ou ameaçadores.
John Cullen, O Mensageiro do Sagrado Coraçãojulho de 2023